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Ao fundo de óculos, Zélio F. de Moraes |
Prosseguindo o trabalho iniciado com a postagem “COM A PALAVRA O CABOCLO DAS SETE ENCRUZILHADAS”, descrevemos aqui mais alguns trechos de entrevistas e relatos atribuídos ao fundador da Umbanda Zélio Fernandino de Moraes.
Estes textos tem um enorme valor a todos aqueles que pesquisam sobre a Umbanda e suas raízes, sendo esta a única maneira de entender a verdadeira Umbanda. Apesar de diversas fontes na internet e na literatura existente sobre esta religião, atribuírem a origem da Umbanda a épocas imemoriáveis, a única fonte segura com fatos para a origem da Umbanda são Zélio F. de Moraes e o Caboclo das 7 Encruzilhadas.
Pesquisando sobre as orientações deste espírito fundador da Umbanda, suas diretrizes para a nova religião, nos leva a pensar, em como a Umbanda, nos dias de hoje se afastou tanto da pureza de seu início e se tornou quase que como só mais uma religião? Claro, que para toda regra existe uma exceção e não são todos terreiros que este mal acontece, mas em sua grande maioria, infelizmente. Como exemplo neste diálogo de Zélio e um repórter:
“- Na época – prossegue Zélio – imperava a feitiçaria; trabalhava-se muito para o mal, através de objetos materiais, aves e animais sacrificados, tudo a preços elevadíssimos. Para combater esses trabalhos de magia negativa, o Caboclo trouxe outra entidade, o Orixá Malé, que destruía esses malefícios e curava obsedados. Ainda hoje isso existe: há quem trabalhe para fazer ou desfazer ou desmanchar feitiçarias, só para ganhar dinheiro. Mas eu digo: não há ninguém que possa contar que eu cobrei um tostão pelas curar que se realizavam em nossa casa; milhares de obsedados, encaminhados inclusive pelos médicos dos sanatórios de doentes mentais… E quando apresentavam ao Caboclo a relação desses enfermos, ele indicava os que poderiam ser curados espiritualmente; os outros dependiam de tratamentos material…”
“O Caboclo determinou que as sessões seriam diárias; das 20 às 22 horas e o atendimento gratuito, obedecendo ao lema:
“Daí de graça o que de graça recebestes”.
O uniforme totalmente branco e sapato tênis. “
Simplesmente não entendo, como estas palavras pronunciadas, segundo Zélio pelo próprio Caboclo das 7 Encruzilhadas sejam hoje totalmente desprezadas pela maioria dos Umbandistas, tanto com referência a cobrança de valores, como os uniformes, hoje sabendo que em muitos terreiros temos um verdadeiro carnaval. Zélio prossegue:
“- Os meus guias nunca mandaram sacrificar animais, nem permitiriam que se cobrasse um centavo pelos trabalhos efetuados. No Espiritismo não pode pensar em ganhar dinheiro; deve-se pensar em Deus e no preparo da vida futura.”
O Caboclo das Sete Encruzilhadas não adotava atabaques nem palmas para marcar o ritmo dos cânticos e nem objetos de adorno, como capacetes, cocares, etc. “
Quanto ao número de guias a ser usado pelo médium, Zélio opina:
“- A guia deve ser feita de acordo com os protetores que se manifestam. Para o Preto Velho deve-se usar a guia de Preto Velho; para o Caboclo, a guia correspon¬dente ao Caboclo. É o bastante. Não há necessidade de carregar cinco ou dez guias no pescoço…”
Quanto ao trabalho com Exu, Zélio considerava um espírito trabalhador como os outros:
Em próximas postagens, prosseguiremos com o trabalho de busca as origens da Umbanda, deixando para reflexão, uma frase do próprio Caboclo das Sete Encruzilhadas:
“Com um voto de paz, saúde e felicidade, com humildade, amor e caridade, sou e sempre serei o humilde Caboclo das Sete Encruzilhadas”.